Glossário
Ouvir o texto

Conheça todas as características de um medicamento, com suas fases de desenvolvimento, diferentes tipos e tarjas, além de suas diferentes formas.

D

Cápsulas – Têm consistência sólida e são constituídas por um invólucro duro ou mole, de forma e capacidade variáveis, que contém uma quantidade de substância ativa que normalmente se usa de uma só vez, por via oral. Tem forma cilíndrica ou oval, sendo formada por duas partes que se encaixam. Geralmente, o invólucro é feito de gelatina ou de gelatina adicionada de emolientes. Drágeas – Forma farmacêutica sólida cujo núcleo é um comprimido, que passou por um processo de revestimento com açúcar e corante, processo denominado drageamento. Geralmente, são indicadas quando se pretende obter absorção em nível intestinal. Comprimidos – É a forma sólida de um pó medicamentoso, preparado por compressão dos pós, que contém fármaco e coadjuvante. Os comprimidos possuem forma, tamanho, peso, espessura e outras características distintas, dependendo do seu uso, destinação e fabricação. Diferentes tipos de comprimidos

Comprimido simples –  sua forma é compactada e deve ser ingerido inteiro e com um copo de água para desintegrar-se totalmente no sistema digestivo.

Comprimido revestido – esse tipo de comprimido não deve ser quebrado, mastigado e/ou chupado, com risco de perda do efeito terapêutico ou de intoxicação.

Comprimido efervescente – antes de ser ingerido, deve ser dissolvido por completo em um copo de água.

Comprimido sublingual – deve ser colocado e mantido sob a língua, onde a substância ativa passará à circulação sanguínea graças à rica vascularização desta região. Neste caso, a substância ativa não sofre ação dos sucos digestivos. Sua aplicação não deve ser acompanhada pela ingestão de água.

A embalagem também traz informações sobre a classificação de venda dos medicamentos. Confira o significado de cada tarja.

MIPs – medicamentos isentos de prescrição ou OTS (over the conter/disponível no balcão) São aqueles que não requerem prescrição médica para serem utilizados. Ou seja, para comprá-los não é necessário apresentar receita expedida por um médico ou cirurgião dentista. Normalmente, são fármacos amplamente conhecidos, com perfil de segurança bem estabelecido, e utilizados no tratamento de condições leves. Porém, não dispensam orientação do profissional farmacêutico no momento da aquisição, com relação ao uso e dosagem, evitando, assim, o risco de eventos adversos. Além disso, caso os sintomas persistam, o médico deverá ser consultado.

Medicamentos de tarja vermelha – Só podem ser vendidos com a apresentação da prescrição médica, pois são indicados para problemas de saúde considerados graves e podem causar reações adversas acentuadas, o que faz o acompanhamento médico ser essencial. Na maioria dos casos, podem ser comprados com uma receita simples, mas há situações nas quais é necessária a apresentação de receituário de cor branca em duas vias, sendo que uma delas fica retida na farmácia (medicamento controlado), como é o caso dos antibióticos.

Medicamentos de tarja preta – São de venda e uso controlado, pois exercem ação sedativa ou estimulante sobre o Sistema Nervoso Central. O grau de riscos à saúde é elevado e, por isso, precisam ser administrados seguindo rigorosamente a indicação médica. Fazem parte deste grupo os psicotrópicos – que só podem ser vendidos com receituário especial de cor azul – e os entorpecentes – comercializados após a apresentação de receituário especial de cor amarela. Ambas as receitas ficam retidas na farmácia.

Medicamento de referência ou inovador – É o primeiro a utilizar uma nova substância sintetizada em laboratório – o chamado princípio ativo – ou uma nova associação de fármacos para uma determinada indicação terapêutica. Sua patente é válida por até 20 anos. Isso significa que, durante esse período, só pode ser fabricado pelo laboratório que o desenvolveu, sendo uma maneira de ressarci-lo pelos gastos com pesquisa e desenvolvimento do medicamento. Passado esse prazo, outras empresas estão autorizadas a copiar o produto, comercializando-o como medicamento genérico ou similar.

Medicamento genérico – É um medicamento 100% fiel ao medicamento de referência: contém o mesmo fármaco (princípio ativo), na mesma dose e forma farmacêutica, é administrado pela mesma via e possui a mesma indicação terapêutica. Obrigatoriamente passa por testes de equivalência farmacêutica, e se aplicável, de bioequivalência – realizados por laboratórios certificados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) – para ter seu registro aprovado como produto genérico. Os testes servem para comprovar sua qualidade, segurança e eficácia. Isso faz com que possa ser intercambiável. Ou seja, pode substituir o medicamento de referência, ou vice-versa, sendo que a troca apenas pode ser feita pelo profissional farmacêutico. Por lei, deve custar no mínimo 35% mais barato que o medicamento de referência.

Medicamento similar – A primeira diferença entre os medicamentos similares e os medicamentos genéricos é que os similares têm um nome comercial ou marca. O medicamento similar contém o mesmo ou os mesmos princípios ativos, apresenta a mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica, preventiva ou diagnóstica, do medicamento de referência registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária, podendo se diferenciar somente em características relativas ao tamanho e forma do produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem, excipientes e veículos, devendo sempre ser identificado por nome comercial ou marca. Os medicamentos similares devem apresentar os testes de biodisponibilidade relativa e equivalência farmacêutica para obtenção do registro para comprovar que o medicamento similar possui o mesmo comportamento no organismo (in vivo), como possui as mesmas características de qualidade (in vitro) do medicamento de referência. Os medicamentos similares também são intercambiáveis, podendo ser substituídos pelo medicamento de referência, mas não podem ser trocados pelo medicamento genérico. A troca sempre deve ser feita sob orientação de um profissional farmacêutico.

Medicamentos fitoterápicos – São medicamentos que utilizam plantas ou extratos vegetais em sua composição. São identificados por nomes comerciais, seguidos pelo nome botânico da planta responsável pela ação do produto. Para facilitar sua identificação, as embalagens de medicamentos fitoterápicos devem conter a frase “MEDICAMENTO FITOTERÁPICO”. Podem ser tanto de venda livre ou de prescrição (necessitando a apresentação da receita médica). Porém, ao contrário da crença popular, essa classe de medicamento não deve ser utilizada de maneira indiscriminada. Isso porque, apesar de serem de origem vegetal, podem apresentar contraindicações e causar reações, como intoxicação, enjoos, irritações, edemas (inchaço) e outros sintomas, como qualquer outro medicamento.

Medicamentos biológicos ou biofármaco – Os medicamentos biotecnológicos começaram a ser produzidos e comercializados na década de 1980. Por ser resultado de uma proteína produzida a partir de células vivas, como bactérias, fungos ou células de mamíferos, – fermentados e purificados em laboratório -, os biofármacos são medicamentos produzidos por biossíntese destas células, ao contrário dos sintéticos que são produzidos por síntese química. É um processo complexo, em que estas células devem permanecer sob condições específicas durante semanas ou meses. Este processo produtivo difere substancialmente do utilizado na produção química dos fármacos convencionais. Neles, a química orgânica dá lugar à biologia molecular e aos processos biotecnológicos. Sob o ponto de vista industrial, a maioria dos produtos farmacêuticos biológicos é produzida em cultura de células geneticamente modificadas. Os biológicos representam atualmente a maior fonte de inovação da indústria farmacêutica e soluções para inúmeras doenças, até então não tratadas eficazmente com as terapias tradicionais.

Medicamentos biossimilares – Os medicamentos biossimilares são desenvolvidos a partir da expiração da patente dos biológicos de marca, sendo altamente similares em termos de eficácia e segurança. Produzidos a partir de células vivas, eles são mais complexos do que os remédios comuns e representam uma evolução no tratamento de doenças complexas. Porém, ao contrário dos genéricos, que são versões idênticas e de menor custo de um medicamento comum, os biossimilares não chegam a ser cópias idênticas ao medicamento biológico original, pois são produzidos em sistemas vivos, a partir de insumos variáveis e a identidade do produto final depende de muitos fatores e da consistência do processo de produção. Sua eficácia e segurança só podem ser realmente comprovadas por estudos clínicos.

E

De acordo com o guia “Segurança dos Medicamentos”, da Anvisa – Agência de Vigilância Sanitária, podemos definir as três situações como: Efeito colateral – Qualquer efeito não-intencional de um produto farmacêutico, que ocorre em doses normalmente utilizadas por um paciente, relacionadas às propriedades farmacológicas do medicamento”. Os elementos essenciais nessa definição são a natureza farmacológica do efeito, que é um fenômeno não-intencional, e a não-intencionalidade da superdosagem. Reação adversa a medicamento (RAM) – é “uma resposta a um medicamento que é nociva e não-intencional e que ocorre nas doses normalmente usadas em seres humanos”. Na definição de RAM, é importante frisar que se refere à resposta de cada paciente, cujos fatores individuais podem ter papel importante, e que o fenômeno é nocivo (uma resposta terapêutica inesperada, por exemplo, pode ser um efeito colateral, mas não uma reação adversa). Evento adverso ou experiência adversa – qualquer ocorrência médica desfavorável, que pode ocorrer durante o tratamento 3 com um medicamento, mas que não possui, necessariamente, relação causal com esse tratamento”. O ponto básico, nesse caso, é a coincidência no tempo, sem suspeita de relação causal. Sempre que ocorrer uma reação adversa ou evento adverso, recomendamos aos consumidores entrarem em contato com o laboratório fabricante do medicamento para relatar o ocorrido. Para falar com a Eurofarma, basta acessar: 

www.eurofarma.com.br/fale-conosco/ 

O

Para o desenvolvimento de um novo medicamento, vários ensaios controlados precisam ser realizados para testar sua eficácia e segurança. Os primeiros testes com as novas moléculas são realizados em laboratório e somente após essa fase podem ser testadas em animais. Essa primeira fase do desenvolvimento é chamada de Estudo Não Clínico ou Pré-Clínico. Já a segunda é chamada de Estudos Clínicos, no qual o novo medicamento será testado em voluntários. Essa etapa é composta por quatro fases:

  • Fase I

É aqui que o medicamento será testado pela primeira vez, com o objetivo de avaliar sua segurança e sua tolerância. O teste é realizado em pequenos grupos, geralmente entre 10 e 30 voluntários sadios.

  • Fase II

Nesta fase, o foco é a eficácia do novo medicamento, além da obtenção de informações detalhas sobre sua segurança – toxicidade, efeitos secundários e riscos potenciais. O número de voluntários nesta etapa do estudo é maior que a anterior, mais de 100 pessoas. A diferença entre os participantes desta fase com os participantes da Fase I, é que, geralmente, são indivíduos com a doença que o medicamento pretende tratar.

  • Fase III

O novo medicamento é comparado com o tratamento padrão existente. Os ensaios são realizados com um número maior de participantes e recolhem ainda mais informações sobre a eficácia e segurança do novo produto. Os indivíduos são divididos em dois grupos: o grupo que recebe o medicamento experimental e o que recebe o tratamento já existente ou placebo. Nesta fase também podem ser realizados estudos para verificar se a combinação de dois medicamentos é mais eficiente em um tratamento do que a utilização de apenas um. Aqui, o tipo e perfil das reações adversas mais frequentes são explorados, assim como características especiais do medicamento, como interações clinicamente relevantes, principais fatores modificatórios do efeito tais como idade, entre outros.

  • Registro

Nesta etapa, o laboratório envia à Anvisa – Agência Nacional de Vigilância todos as informações e resultados dos ensaios do novo medicamento para a obtenção de seu registro, para que seja autorizada a comercialização deste produto.

  • Fase IV

Aqui, o medicamento já foi aprovado para sua comercialização. Nesta fase, são realizadas pesquisas de vigilância pós-comercialização para saber seu valor terapêutico, o aparecimento de novas reações adversas, estratégias de tratamento. São recolhidas informações adicionais sobre riscos a longo prazo, benefícios e aprimoramento do tratamento.

R

Graças à utilização de matérias-primas mais baratas para sua produção e o grande avanço da tecnologia, hoje em dia existem os mais variados tipos de remédios, de diferentes tamanhos, cores, estilos, e para os mais variados gostos.